3 de novembro de 2009

3º Capítulo - Estratégia ofensiva

O terceiro capítulo, planejamento do assédio, também acentua a conservação — o objetivo geral é chegar à vitória mantendo intacto o maior número possível de bens, sociais e materiais, e não destruindo todas as pessoas e coisas que estejam no caminho. Neste sentido, Mestre Sun afirma que é melhor vencer sem lutar.

Várias recomendações táticas reforçam este princípio de conservação geral. Primeiro, por ser desejável vencer sem lutar, Sun Tzu diz que é melhor vencer os adversários logo no início das operações, frustrando assim seus planos. Se isso não for possível, Sun Tzu recomenda isolar o inimigo e torná-lo indefeso. Aqui também poderia parecer que o tempo é essencial, mas, na verdade, velocidade não significa pressa, e uma preparação completa se faz necessária. Sun Tzu conclui enfatizando que, obtida a vitória, esta deve ser completa e total, para evitar os custos de manutenção de uma força de ocupação.

O capítulo prossegue delineando as estratégias para a ação de acordo com o número relativo de protagonistas e de antagonistas, novamente observando que é mais prudente evitar pôr-se em circunstâncias desfavoráveis, se possível. O I Ching diz: "É má fortuna teimar diante de circunstâncias insuperáveis." Além disso, enquanto a formulação da estratégia depende de uma inteligência prévia, é também imperativo adaptar-se às situações reais da batalha. Como afirma o I Ching: "Chegando a um impasse, muda; depois de mudar, podes prosseguir." Em seguida, Mestre Sun relaciona cinco modos de averiguar a possibilidade de vitória, de conformidade com o tema de que guerreiros hábeis lutam só quando têm certeza da vitória. De acordo com Sun, os vitoriosos são aqueles que sabem quando lutar e quando não lutar; os que sabem quando usar muitas ou poucas tropas; aqueles cujos oficiais e soldados formam uma unidade compacta; os que enfrentam os incautos com preparação; e os que são comandados por generais capazes que não são pressionados pelo governo.

Este último ponto é muito delicado, visto que põe uma responsabilidade moral e intelectual ainda maior sobre os líderes militares. Enquanto a guerra nunca deve ser deflagrada pêlos militares, como mais adiante se explicará, mas pelo comando do governo civil, Sun Tzu afirma que uma liderança civil ausente que interfere de modo ignorante no comando de campo "afasta a vitória embaraçando os militares".

Novamente, a questão parece ser a do conhecimento; a premissa de que a liderança militar no campo não deve estar sujeita à interferência do governo civil baseia-se na idéia de que a chave para a vitória é o conhecimento profundo da situação real. Delineando esses cinco modos para determinar qual dos lados tem possibilidade de prevalecer sobre o outro, Sun Tzu afirma que quando conhecemos a nós mesmos e aos outros nunca estamos em perigo; quando conhecemos a nós mesmos, mas não aos outros, temos cinquenta por cento de possibilidade de vencer, e quando não conhecemos a nós próprios nem aos outros, estamos em perigo em qualquer batalha.

Um comentário:

Anônimo disse...

O fundamental é assumir quem de fato nós somos, dominando os inimigos que são as não virtudes, vencemos sempre.